Um Olhar para a Avaliação do Processo de Formação do Profissional nas Instituições de Ensino Superior de Angola

Por: Moisés Kafala Neto- Professor

Introdução
No mundo actual, as universidades são chamadas a ser uma peça central da economia e da sociedade porque estão no centro da produção e transmissão do conhecimento.


Este impulso para a renovação e adaptação das universidades exige uma nova concepção de ensino e aprendizagem, bem como mudanças transcendentais relacionadas com as políticas e o papel que os estudantes e os professores desempenham no novo quadro. Mas não só a universidade é obrigada a adaptar-se às mudanças sociais, tanto na formação que ministra como na investigação que realiza, mas também é obrigada a formar bons profissionais, por isso é também necessário conseguir uma formação profissional para todas as pessoas que nele actuam, o que favorece uma renovação contínua do conhecimento para promover as mudanças científicas e sociais actuais.


Portanto, é importante o acúmulo de conhecimento com o qual o profissional se forma e o nível de preparação que ele tem para viver em um mundo novo e em mudança, onde prevalecem a inovação e a incerteza, portanto, um dos desafios que as universidades têm actualmente é formar um profissional capaz e empreendedor não só na esfera econômica, mas também na esfera produtiva, o que torna urgente preparar um aluno competente e capacitado para enfrentar de forma integral as diferentes oportunidades e ameaças do ambiente que o cerca.


É então necessário que as universidades transformem o seu papel tradicional e conservador na transmissão do conhecimento, para que possam responder de forma eficiente e responsável à inovação, à qualidade do formado e a eficiência. A universidade deve também alcanñar uma maior integração das funções universitárias tradicionais (formação, investigação, ligações com a sociedade) em todas as áreas de trabalho; aumentar a qualidade, a eficiência e a relevância do ensino universitário.


A universidade, mais do que um fim em si mesma, é uma instituição cuja missão, tarefas e resultados devem estar ao serviço do desenvolvimento harmonioso e integral do homem e da sociedade, razão pela qual deve responder e prestar contas antes de mais à comunidade nacional que a rodeia e sustenta, isso implica necessariamente a avaliação do seu trabalho enquanto instituição de Ensino Superior, considerando a sua relevância social, econômico e educativa, para saber até que ponto está a cumprir os seus compromissos com a sociedade.


Deve desenvolver e aplicar, com rigor, sistemas de garantia de qualidade baseados em indicadores próprios, mas harmonizados internacionalmente e a nível regional, como a avaliação e a sua acreditação, que permitam promover a melhoria do Ensino Superior e a qualidade da formañçao de seus profissionais.


O conceito de qualidade, segundo ideias expressas pelo Dr.C Rodolfo Alarcón na conferência inaugural do Congresso Universitário de 2014, que actuou como Ministro do Ensino Superior da República de Cuba, abrange uma educação baseada em valores, que exige uma formação profissional que combine a elevada competência profissional com as convicções mais altruístas é, portanto, o resultado da combinação coerente de excelência acadêmica com relevância abrangente.


O Ensino Superior de Angola ocorreu num processo diferente do que aconteceu nas colónias espanholas e inglesas e noutros países europeus que tiveram acesso ao Ensino Superior já não no período colonial, pois o povo angolano teve que esperar pelo século XX para ver o surgimento em 1962 da primeira universidade, com a publicação do decreto lei 44.530 de 21/08.


Apesar da instituição do Ensino Superior que existia, apenas em 1975, com a conquista da independência nacional, surgiu a a actual “Agostinho Neto”, possibilitando estudos superiores para os cidadçäos angolanos, preservando assim os interesses nacionais.


O Ensino Superior Angolano inclui geralmente no processo de formação, a investigação, trabalhos práticos e, ocasionalmente, actividades sociais realizados fora da instituição de Ensino Superior. No contexto actual, este subsistema é chamado a buscar um novo conceito de professor universitário, que assuma papéis e funções que lhe permitam enfrentar as demandas da formação profissional, novos conceitos de ensino e aprendizagem, geração e aplicação do conhecimento e uso de novas tecnologias.


Cada instituição universitária deverá implementar um sistema de avaliação interna; com a finalidade essencial de determinar a qualidade do trabalho nas diferentes esferas do trabalho universitário e tomar, por si só, as decisões e medidas que permitam melhorias, comprometendo-se a manter ou cumprir esses objectivos. Este processo permite à instituição de Ensino Superior identificar, não só os pontos fortes, mas também os pontos fracos, ameaças e oportunidades e desenvolver planos de melhoria nas diferentes instâncias para uma universidade mais aberta, flexível e competitiva.


A garantia da qualidade é uma tarefa complexa que envolve muitos intervenientes e será eficaz quando todas as pessoas e entidades ligadas ao processo de formação profissional partilharem ideias semelhantes e os padröes se transformem em consciência comum.

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